Na Praça 10 de Agosto, em Santa Rosa, José Ercílio, com mais dois colegas, mantêm um ponto de taxi.
Nas horas em que arrefece o movimento de passageiros (o que acontece na maior parte do dia), ficam com algum amigo ou conhecido contando causos para passar o tempo.
Em pé na calçada, ou sentados em algum banco ao lado do passeio, desfrutam a sombra de um pé de jambo, que no
fim do inverno é carregado de frutas ácidas.
-Tem gente que gosta - conta Ercílio, referindo-se ao fruto. - Colocam na cachaça. Aliás, pra misturar com
cachaça quase tudo serve. Tenho um compadre que mora
em São Luiz Gonzaga que é louco por uma misturinha. O que você imaginar e o que nem imagina que é possível misturar com cachaça ele prepara e oferece quando alguém chega na casa dele. Só não peça caipirinha. Não quer nem ver limão. Diz que é muito prejudicial pra saúde. Quando ouvi isso, dei risada. Ele ficou sério e contou que quando era novo experimentou de tomar caipirinha na casa de uns parentes de uma namorada dele. E o homem foi fundo. Olha, virou um baita xaropão. Começou a importunar as pessoas, ofender, deu um comichão no corpo do vivente, e não sossegou enquanto não deram uma sumanta de laço no
lombo do compadre. Ficou uma semana de cama. No hospital, contou pro médico que fazia tempo que bebia
mas nunca lhe fez mal a cachaça. Mas com limão tinha sido a primeira vez. Então o doutor falou: "O limão é que faz
mal. E agora esta comprovado."
Maio/2008
hauhauhahuau boa!
ResponderExcluirLimãozinho danado!