sábado, 26 de janeiro de 2013

A ENCRUZILHADA


                                     ( Foto da posição depois de 13- ..., P3TR.)
    
     4ª e penúltima rodada do 1º Torneio Aberto de Cruz Alta, Rs, 28 de janeiro de 1990. Jogando com as brancas, eu precisava vencer naquela rodada para melhorar minha pontuação no torneio. Meu 'contrincante' era um desses jogadores que 'ya había jugado sus partidas'. Estava bem colocado na competição e acabara de efetuar...
    13- ..., P3TR.
   Bueno. Findada a fase da abertura, a partida adentrava para o meio-jogo. Ambos os lados já haviam rocado, as brancas em uma mínima vantagem posicional a custa de um peão de centro.  Diante o último lance negro, as brancas estavam agora em frente de uma encruzilhada: ou recuavam o bispo ao encontro da dama, ou até  a casa 4TR, ou trocavam-no pelo cavalo, ou...
    14- BxP!!!
   A ruptura. Nos esportes, nas artes e na vida, a sorte costuma sorrir para aquele que não teme ousar. E no xadrez, um lance desconcertante tem um efeito psicológico devastador. Premido pelo tempo (nas disputas oficiais o uso e observância do relógio são obrigatórios), é angustiante a busca pela melhor estratégia defensiva sob um ataque-surpresa na ala do rei.
   14- ..., PxB.
   Forçado.
   15- DxP, C2T.
   Um monarca seminu às voltas com uma dama contrária e feroz, quase sempre é prenúncio de tragédia. O cavalo intenta proteger seu rei, ao mesmo tempo em que libera a diagonal para o bispo e impede o avanço do cavalo inimigo via 5CR.
   16- T3D.
   Em cena, a artilharia pesada.
   16- ..., TR1R.
   Um lance que prende o cavalo e ameaça dar mate.
   18- T3C+, B4C.
   19- TxB+, CxT.
   20- DxC+, R1T.
   21- T4R.
   Para arrematar a partida.
   21- ..., P3B.
   22- T4T+, D2T. 
   23- C7B++ (xeque-mate).

   Um desenlace com a fascinante leveza que lembra  um esboço arquitetônico formatado com as cartas de um baralho. 
   
    

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