Numa manhã de inverno nós a encontramos, enrodilhada entre a cerca e o disco de arado semi-encravado no chão que serve de limpa-pés quando se vai à horta nos dias de chuva. Veio assim como se dissesse vocês já têm dois, o que custa ter mais um? Ou uma?
Porém havia um porém: achávamos que dois cães eram mais do suficientes, e que três seriam demais. E de pronto a devolvemos à rua, de onde viera, possivelmente abandonada à noite por gente de outra cidade que aqui soltava cachorro como quem despeja entulho num aterro.
Pois bem. No cair da tarde daquele mesmo dia, aparece ela no portão, como a insistir vocês já têm dois...
Levamo-na para bem longe, fora da cidade, para que encontrasse abrigo em alguma granja, ou sítio.
Bom. Dois dias depois, também numa manhã, enrodilhada entre o disco e a tela, toda orvalhada e tremendo de frio e de fome, com os olhos a suplicar, quem estava lá?
Aí não teve outro jeito, senão lhe dar casa, comida, vacina e um nome: Mel.
Só.
26.01.13.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja bem-vindo. Sua opinião é muito importante. Obrigado.