Ivo viu a uva. E um sabiá-do-campo também. Talvez Ivo não tenha dado a mínima importância ao que viu. Mas para o sabiá foi um grande achado. Ela (sim, é uma fêmea), tem dois filhotes. Famintos e pretos. Será que ela não vê que eles são tão diferentes? Não desconfia que os chopins foram ao seu ninho, deram sumiço aos seus ovos e lá deixaram os deles, para que a sabiá pensasse que nada de mais havia acontecido durante a sua ausência? Sabe-se lá! A sabiá tem a cor inocente da palha. Os chopins, a da negra esperteza.
E as criaturinhas pedincham. O tempo todo. Chilreando, batem as asas e o bico, não lhe dão tempo ou trégua nem pra pensar. E ela, pra cima e pra baixo, porque as malandrinhas - já bem crescidas,- não param de pedir: mais uva! mais uva!
E a sabiá, outra vez, a disputar as bagas da videira com os agitados azulões, as infatigáveis abelhas, as implicantes vespas negras e outros insetos, porque a vida é isso: uma eterna luta. E um aprendizado.
Girurá, 07/01/13.
Girurá, 07/01/13.
Aprendizado e lição de amor. Não são filhotes, talvez ela nem saiba, mas alimenta mesmo assim.
ResponderExcluirFeliz 2013!